Estratégias


Eis-nos chegados a um fim de semana após dias contínuos de emoções intensas e à “flor da pele”. Mas na memória de todos reside muito do que se passou e se passa no CDS/PP. Como partido de uma certa elite, foi surpreendente o baixo nível a que se chegou numa reunião magna e nas conferências de imprensa que se seguiram durante a semana.
É inevitável, e todos o sabíamos, que mais tarde ou mais cedo ia suceder o regresso de Paulo Portas. Só que esse regresso deu-se intempestivamente. Poderei estar errado, pois também reconheço que a memória das pessoas é curta. Todavia, toda esta confusão também “queimou” Paulo Portas, que demonstrou não conseguir conter os seus apoiantes, e não fez um caminho sereno de encontro à liderança do partido. Não sendo dotado de “toda a verdade” desde que foi Ministro do Mar, após minutos antes o ter negado, não encontrou a melhor estratégia para surgir. E, como tal, é o próprio partido que atravessa um momento de cisão terrível que parece levar ao afastamento de Maria José Nogueira Pinto e provavelmente até, no futuro de Ribeiro e Castro. A vereadora da Câmara de Lisboa já referiu , em declarações à Antena Um, que vai abandonar o CDS-PP após o Conselho Nacional de dia 31, e com alguma “ética” vai colocar o seu lugar de vereadora ao dispor do partido. Que pensará Paulo Portas deste processo todo?
E o nosso país expõe continuamente e cada vez mais que, os nossos políticos não parecem ter ideias, estratégias, visão. Tudo vale em função de uma posição, “um tacho”, um estatuto. Até peixeirada vale…
E podemos reflectir ainda mais fundo. Esta crise porque passa o PP, podemos alargá-la ao país. Como vemos os nossos políticos? A política? Nem ligamos, não é?... Mas não devíamos questionar-nos? Não devíamos indagar de quais as propostas que apresentam? Que estratégia e objectivos definem? Ou estaremos preocupados com a forma como falam, se apresentam? Ou nem com isso…? Estamos conscientes de que Portugal é hoje o que muitos de nós contribuímos para ser? Envolvemo-nos? Ou estamos tão desiludidos que teremos que ser conquistados? … Penso, em minha opinião, que o caminho deve ser feito dos dois lados, os políticos de encontro ao povo, e ao que nós ansiamos, e nós devemos procurar estar atentos, questionarmo-nos, meditar, criticar..
Portugal está nas nossas mãos, mais do que nós próprios pensamos...
E olhem que isto de peixeirada é contagioso: veja-se o caso dos belgas que visitam hoje Portugal para jogar com a selecção de futebol. Quais são as metas afinal? Os objectivos? Para onde caminhamos mundialmente??

Sem comentários: